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Arquitetura Biomimética

Arquitetura Biomimética
10 de Outubro de 2017
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A relação da sociedade civil com a natureza sempre foi algo instigante e inspirador. É notório a paixão das pessoas pela natureza e como a mesma proporciona uma maior criatividade e desenvolvimento de novos conceitos de projetos, design e produtos baseados em paisagens, plantas e animais. A arquitetura e a construção civil são exemplos práticos de como a informação difundida e o desenvolvimento em pesquisa e inovação proporcionam novas ideias para projetos incríveis e desafiadores do ponto de vista estético e funcional.


 Mas o que é a Biomimética? Como ela está presente no dia a dia da construção civil? A biomimética é uma ciência que estuda os meios criativos que a natureza encontra para se adaptar, se desenvolver, crescer e viver. Seu nome é originário da junção entre a palavra bio (vida) e a palavra mimeses (imitação). Esta área utiliza-se dos ecossistemas e organismos como fonte de inspiração para encontrar soluções e alternativas para desenvolver funcionalidades úteis aos seres humanos, como por exemplo a construção.


 Na prática temos alguns exemplos bem conhecidos e que ganharam as manchetes do mundo após a sua inauguração, como o Ninho dos Pássaros – Estádio Olímpico de Pequim, na China – ou ainda, o brasileiro Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro – que possui uma cobertura que acompanha o movimento do sol para obter iluminação natural, captando as energias pelas células fotovoltaicas, imitando o sistema da fotossíntese.


 Esta ciência já é considerada o futuro do design, inspirando arquitetos a criar projetos baseados nas estruturas biológicas da natureza e suas funções. Considerada uma corrente filosófica contemporânea, a arquitetura biomimética une pesquisa científica com conceitos sociais, cuja imitação não é literal, mas estrutural e estratégica.


 A Biomimética possui quatro frentes de formação – engenharia, biologia, design e negócios – e possui um potencial de conhecimento que se espalha pelas diferentes áreas de conhecimento. Outro exemplo muito conhecido da população são os macacões de velcro que os nadadores utilizaram nas olimpíadas da China. Simulando pele de tubarões, este material auxiliou inúmeros nadadores a melhorarem suas marcas e baterem recordes pela alta performance adquirida com os seus trajes.


 Em outros países, a arquitetura biomimética já é uma realidade. No Brasil, porém, o conceito ainda está começando a ganhar espaço. Ainda não há nenhum curso de pós-graduação sobre o tema, por exemplo, mas já há alguns cursos em escolas especializadas.


 A biomimética prova que, além das belas paisagens e da infinidade de recursos, a natureza tem diversas soluções que podem contribuir para o desenvolvimento da arquitetura sustentável, ajudando na criação de projetos duradouros. Quando unida à ciência, é inegável a sua contribuição para a qualidade de vida da sociedade como um todo.


 No Brasil o Instituto Biomimicry é um dos fomentadores da biomimética arquitetônica no principalmente com cursos e consultorias a empresas e profissionais liberais. Sua estratégia principal é desmitificar a ideia equivocada da imitação e da excentricidade, para demonstrar na prática o quanto ela faz parte do futuro do design e assim pode ser mais uma ferramenta no desenvolvimento de práticas e ações sustentáveis, tanto nos aspectos de gestão e eficiência, como também no design, criatividade e inovação nos negócios da construção civil.


por 


Gian Franco Werner


Msc, Engenheiro, Perito Ambiental e de Segurança do Trabalho



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