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Cidades Saudáveis

Cidades Saudáveis
10 de Janeiro de 2018
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Um cidade saudável é aquela onde o bem estar físico e mental da sua população não são afetados pelas condições dinâmicas que a cidade funciona, ou seja, a forma como diferentes bairros e centros urbanos são desenhados tem um impacto considerável sobre a saúde física e mental das pessoas.



Ao pensarmos em um dia de um trabalhador, desde o seu despertar, passando pelo deslocamento do mesmo até o local onde trabalha, o retorno, o lazer e as demais atividades desempenhadas socialmente por ele em um período de 24 horas, pode-se observar que são muitas as possibilidades do mesmo passar por momentos de cansaço, estresse e situações de degradam a sua saúde.



Variáveis como segurança, transporte, poluição, maquinário e mobiliário urbano, estruturas de apoio a população, tanto público como privado, de saúde e educação em boas condições e acessíveis são imprescindíveis para uma completa experiência de vida saudável.



E é neste contexto que o estudo The Case for Healthy Places publicado em dezembro de 2016 pela Project for Public Spaces (PPS) afirma que lugares saudáveis podem influenciar a saúde tanto quanto a genética. Para os estudiosos da pesquisa o lugar onde uma pessoa mora pode ser um indicativo de saúde até mais confiável do que seu código genético. A base da pesquisa está vinculada ao uso do placemaking, que nada mais é que uma estratégia holística para a criação de comunidades urbanas saudáveis, a partir do planejamento de espaços públicos com a participação da sociedade.



A diferença entre bairros de classe média ou alta e as periferias das cidades reflete nas disparidades nas condições de saúde dos moradores. População de baixa renda não tem muito acesso a parques e espaços públicos bem conservados próximo de suas moradias, como também são menos estruturados quanto a transporte de qualidade ou centros de atividade física, ciclovias, boas calçadas e condições de estruturas acessíveis.



Os modais de transporte, principalmente bicicleta e caminhada, já são amplamente difundidos como propiciadores de benefícios para a saúde das pessoas quanto para o ambiente urbano, que se torna mais seguro, acessível, convidativo e humano.



Segundo o presidente da Project for Public Spaces, Fred Kent, tratar os problemas de saúde do século XXI requer soluções que considerem não apenas as causas físicas desses problemas, mas também as sociais, econômicas e ambientais.



O planejamento de uma cidade passa antes de tudo pela iniciativa de se pensar em como a população daquele local se tornará mais saudável a médio e longo prazo, minimizando assim gastos públicos com saúde, transporte e segurança.



Cidades saudáveis são acima de tudo cidades condizentes com os propósitos das pessoas que nela vivem. O plano diretor de um município, as políticas públicas de incentivo ao apoio social e a facilitação do desenvolvimento comercial e turístico, quando bem planejados e executados, são exemplos de iniciativas eficientes para qualquer cidade da nossa costa catarinense.



Nem sempre será possível avaliarmos o pretérito para modificar o presente ou o futuro de uma cidade, pois cada uma desenvolveu-se de acordo com as as suas perspectivas num período temporal curto. Mas atualmente o mundo é exemplo para qualquer cidade e outros projetos e estudos podem sim ser relacionados a aqueles preceitos que ainda não foram bem desenvolvidos nas cidades catarinenses e principalmente em nossa região, para assim deixarmos nossas cidades cada vez mais saudáveis.


por 


Gian Franco Werner


Msc, Engenheiro e Perito Ambiental e Engenheiro de Segurança do Trabalho



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